Todo domingo é assim: casa da sogra! Chova ou faça sol, lá vão Patrícia Lopes, o marido e seus quatro filhos para a casa da dona Linda, em Queimados. Eles saem de Comendador Soares, onde desde março Patrícia é mãe voluntária da Escola Municipal José Ribeiro Guimarães.
A casa de dona Linda não é o trem da Central, mas cabe uma infinidade de gente lá dentro: são quatro filhos varões, uma filha, respectivas noras e o genro, 18 netos (alguns com seus cônjuges), já que são cinco os bisnetos. Cada um leva o que pode. O difícil é alguém levar somente a boca. E é assim que todos fazem o “almoção da vó Linda”.
As noras, a filha e algumas netas se apertam na cozinha e agitam as panelas. Os homens preparam as carnes e a churrasqueira, enquanto o avô, na sala, conta histórias, causos, fábulas e dá bons exemplos para os menores. O domingo sempre corre tranqüilo, mas às vezes acontece algum incidente. Foi assim no dia em que um dos filhos de Patrícia correu, caiu e acabou com uma farpa no corpo. Patrícia teve que levá-lo às pressas para o hospital mais próximo, de onde só voltaram quando o almoço havia acabado. Conclusão: participou do fazer e ficou fora do comer!
Mas isso é café pequeno! Porque domingo sim, domingo também, lá está Patrícia de volta à casa da dona Linda, até porque, em sua infância, Patrícia não teve essa oportunidade. Era ela, sua mãe e seu pai. Os avós e os tios moravam longe e os contatos eram raros.
No “almoção da vó”, seus filhos fazem contatos e conhecem todos os parentes, coisa que na sua infância se perdeu.
Patrícia gosta de falar aos filhos sobre a importância desse contato, dando sempre o seu próprio exemplo, inclusive da parte escolar, onde também teve dificuldades quando criança.
Os filhos, às vezes, reclamam: - De novo! – Todo o domingo! – Você nunca faz em casa! E ela explica que o “almoção da vó Linda” é o grande momento para todos se conhecerem melhor.
Aí fica tudo resolvido e eles partem felizes, de novo, para lá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário